Ele sozinho passeia
Em seu palácio invisível.
Linda moça risca um riso
Por trás do muro de vidro.
Risca e foge, num adejo
Ele pára, de alma tonta.
Um beijo brota na ponta
Do galho do seu desejo.
E pouco a pouco se achegam
Põem a palma contra a palma
Mas o frio, o frio do vidro
Lhe penetra a própria alma!
“Ai do meu Reino Encantado,
Se tudo aqui é impossível...
Pra que palácio invisível
Se o mundo está do outro lado?”
E inda busca, de alma louca,
Aquele lábio vermelho.
Ai, o frio da própria boca!
O amor é um beijo no espelho...
Beija e cai, como um engonço,
Todo desarticulado...
Linda moça como um sonho,
Se dissipa do outro lado...
(Mário Quintana)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário